Exemplos de marcas que utilizam a Helvética

COMO A HELVÉTICA SE TORNOU A FONTE MAIS UTILIZADA DO MUNDO

O que o banco Itaú, o açúcar União, o McDonald’s, o Metrô de São Paulo, a NASA, a Nestlé e a 3M têm em comum? Todas essas empresas são representadas por logotipos feitos com a fonte Helvética, considerada a fonte mais importante do século XX. Já tinha percebido isso?

Vamos contar essa história desde o começo, porque vale saber!

Como surgiu

A Helvética foi criada em 1957 pelos designers Max Miedinger e Eduard Hoffmann, da empresa Fundição Haas, na Suíça. Após a Segunda Guerra Mundial, sob influência do movimento modernista, a tendência para o design eram traços sóbrios e neutros, que traziam modernidade, clareza e funcionalidade. Essa foi a inspiração para a fonte.

Originalmente foi chamada de Neue Haas Grotesk e surgiu para competir com a popular da época, a Akzidenz Grotesk, que foi criada em 1896. O objetivo do novo design era criar uma tipografia neutra, clara e moderna, que otimizasse a legibilidade. Em 1960, o nome Neue Haas Grotesk foi alterado para Helvetia pela empresa alemã Stempel, que produziu as matrizes da fonte e posteriormente também comprou os direitos de utilização da letra. Essa palavra “Helvetia” em latim, significa “Suíça”. Mas Hoffmann e Miedinger não gostaram muito da ideia de chamar uma letra com o nome do país por questões comerciais e de marketing e decidiram fazer uma adaptação para “Helvetica”, ou “suíço” em latim. A versão em português ganhou o acento.

O sucesso desta fonte após sua apresentação foi impressionante e virou a escolha preferida para criar identidades visuais tanto por governos ao redor do mundo, quanto por empresas privadas.

No aniversário de 50 anos da fonte, em 2007, foi lançado no Museu de Design de Zurique o documentário “Helvetica”, que explica o sucesso da Helvética e como ela terminou ocupando o espaço urbano mundial, além de mostrar como a fonte influenciou uma imensa mudança na forma de fazer publicidade, trazendo propagandas sérias, objetivas e minimalistas, em vez de anúncios espalhafatosos, com a utilização de fontes variadas e sem coesão que eram característicos até a década de 50.

Curiosidades

Décadas atrás, tipografia era um assunto pouco conhecido do público em geral. A popularização desse assunto aconteceu com a chegada dos computadores pessoais. Você consegue adivinhar qual era uma das fontes default nas máquinas da Apple (na época já uma das líderes do mercado de computação dos anos 70/80)? A Helvética. Na concorrência, a Microsoft precisava de uma opção semelhante para o Windows, porém, não quis pagar a taxa de licenciamento para utilização da letra. A solução, então, foi utilizar outra fonte, que na opinião de muitas pessoas, varia de “muito inspirada” até “cópia descarada” da Helvética: a Arial. Como o Windows se tornou o mais popular entre os dois sistemas, a Arial ganhou fama junto. Mas a fama da Arial é assunto para um outro post.

Modernização e características

Em 1981 a Helvética passou por uma reformulação, sendo adicionado um sistema numérico mais robusto e novos pesos (pesos em tipografia são as denominações negrito, itálico, negrito light, medium, etc…) e então, foi re-lançada como Neue Helvetica. Veja mais sobre a Neue aqui.

A evolução da tecnologia aproximou o mundo da tipografia ao público em geral e uma das características principais da Helvética é uma grande proximidade entre cada letra dentro de uma mesma palavra, o que a torna incompatível com as pequenas telas dos celulares. Os textos ficam sem legibilidade. Por conta disso, a Monotype, atual dona da fonte, passou dois anos criando uma nova versão chamada Helvetica Now. “Helvetica Now resolve as deficiências de espaçamento e legibilidade que vem de décadas”, disse Charles Nix, diretor de tipografia da empresa, em entrevista à Fast Company.

Helvética é um tipo de fonte totalmente inovadora levando em consideração sua origem, que conseguiu criar uma linguagem contemporânea e atual, entretanto, divide opiniões especialmente pelo seu uso massivo durante muito tempo. Mas, é difícil errar com a Helvética. É uma boa escolha para quem vai montar um projeto formal e/ou conservador, mas também serve para o tradicional, moderno, elegante e casual.

Escolher uma fonte é uma decisão muito importante no processo de construção de uma imagem. As fontes transmitem emoção e posicionamento e a decisão de escolha uma fonte errada pode mudar totalmente a imagem da sua marca. Saiba mais sobre processo de criação de marcas aqui.

E você, que não é designer, costuma usar a Helvética no seu dia a dia ou em seus projetos? Consegue reconhecer a utilização dela por onde você passa?

Você, designer, costuma usar a Helvética em seus projetos? Qual sua opinião sobre a estética dessa fonte?

Fonte Helvética