Primal-Branding

Você já ouviu falar em Primal Branding?

Vamos conversar sobre esse assunto e você vai ver como essa estratégia de marketing está mais presente do que nunca, especialmente no momento digital que vivemos.

 

Primal Branding e as comunidades

Primal Branding, ou em tradução livre para o português “Branding Primitivo”, é um conceito que remete ao comportamento primitivo de se formar comunidades. O Primal Branding, portanto, se mostra como uma estratégia para perpetuar sua marca e conseguir cada vez mais alcance, se fazendo presente ao longo dos anos, criando comunidades para sua marca. Atualmente, no mundo digital, as comunidades estão muito presentes na nossa rotina. Se pararmos para pensar, as comunidades estão presentes desde os primórdios da Internet e das redes sociais, com os fóruns de debate, comunidades do Orkut, grupos do Facebook e mais atualmente nos grupos de WhatsApp e Telegram. Mas esse conceito de comunidade também se faz presente em outro viés, quando temos por exemplo, influenciadores digitais que falam sobre um determinado tema, que conversam com grupos específicos e vão criando à sua volta uma legião de seguidores que fortalecem a imagem, e consequentemente a marca dessas pessoas. Porque sim, influenciadores digitais são marcas que vendem um determinado produto, conceito ou posicionamento.

Como marca ou influenciador, para crescer e conquistar seu público é necessário ser entendido como uma comunidade que compartilha propósitos e objetivos. A conexão é a alma do negócio, e se aproximar do público é essencial – se você parar para analisar, os influenciadores que mais se destacam são os que estão próximos dos seguidores, interagindo e entendendo o que eles querem consumir.” (Bea Pires, em “As 7 chaves do Primal Branding e como elas se conectam com a influência digital”).

Os 7 códigos do Primal Branding

O conceito de Primal Branding foi criado por Patrick Hanlon. Ele identificou, em seus estudos, os caminhos que as grandes marcas seguiram para se perpetuar ao longo da história e o mais interessante é que seu objeto de estudo foram as religiões. Isso mesmo, religiões, ensinamentos e lendas têm algo em comum: existem há milhares de anos, continuam se propagando até os dias de hoje, preservam sua importância mesmo com o passar do tempo e movem multidões.

Nos estudos de Patrick, ele identificou 7 códigos que levaram essas grandes marcas ao caminho do sucesso, que estão presentes também nas religiões. Os 7 códigos são: história, crenças, ícones, rituais, linguagem, anti-crentes e liderança. Esses são os elementos essenciais que Patrick percebeu que estavam presentes em uma propaganda/marca de sucesso.

Esses pontos são o que, na visão de Patrick, precisamos, como seres humanos, para entender uma marca, em nível racional e irracional.

Vamos entender o que cada código representa dentro do conceito do Primal Branding:

  • 1- História (não confundir com storytelling) – pessoas se conectam com histórias. Histórias inspiram e transformam. A primeira chave do Primal Branding fala de como nasceu sua marca. Conte ao seu público qual é a motivação para a criação da sua marca, quais foram suas inspirações, de onde ela surgiu, por que ela nasceu, quem são as pessoas que fizeram e fazem parte da sua história. Crie uma atmosfera sobre isso. Sabendo dos detalhes da criação, as pessoas se identificam e se sentem mais íntimas de você. E aí nesse momento, você pode usar o storytelling para contar uma narrativa cativante para atrair a emoção das pessoas.

 

  • 2- Crenças – A chave número dois do Primal Branding é literalmente aquilo que você acredita. Conte ao seu público qual é a sua verdade, o que tem por trás de uma marca antes de ela ser um produto ou serviço. Isso pode ajudar a sua marca a se destacar no mercado e fazer com que as pessoas se conectem com você por estarem alinhadas com suas crenças, que são as mesmas delas.

 

  • 3- Ícones – Aqui, falamos de símbolos de identificação e essa fica bem fácil entender um exemplo: seu logotipo, o seu rosto, seus gestos, seus bordões, suas cores. Esses ícones devem corresponder à essência da sua marca e transmitir uma mensagem.

 

  • 4- Rituais – lembra do gatilho mental da repetição? É aqui que ele entra e certamente você já viu muitos exemplos de repetição seja em frases e conceitos ditos pela marca ou mesmo em ações, como por exemplo determinado influenciador digital que tem “live no Instagram toda quarta-feira”, ou mesmo a “missa todo domingo de manhã”. Lembre-se que estamos falando de características presentes nas religiões e o ritual é uma dessas características fortes que criam conexão e senso de comunidade. Rituais, aqui, são palavras e ações exclusivas da sua marca que conectam com os ícones. Rituais e repetições ajudam a fixar sua marca na cabeça do público.

 

  • 5- Anti-crentes – Assim como toda religião tem os crentes, também há os descrentes. Um exemplo clássico: a eterna “rixa” entre Android x iOS. Ao invés de ser visto como algo negativo para a Apple, essa rivalidade fortalece a estratégia de marketing e vendas da marca da maçã (vemos aqui um exemplo de ícone!), que tem ao seu lado uma legião de amantes ferrenhos. Percebe como essa outra legião, a de antagonistas, te traz força para combater aquilo que você não quer para sua marca? Os anti-crentes te ajudam a reforçar o senso de pertencimento dos crentes. Não necessariamente os “pagãos” ou haters são uma ameaça.

 

  • 6- Linguagem (você também pode achar esse código como “palavras sagradas”) – Esse código do Primal Branding está diretamente relacionado com o tom de voz e a linguagem da sua marca. Através da linguagem você atinge determinado público e é mais um código responsável por gerar identificação. Uma linguagem clara e que vai de encontro com o seu público é fundamental para gerar identificação. Uma dica: preste atenção na linguagem da Netflix e perceba como ela se posiciona simplesmente com o jeito de falar com o público, seja nas redes sociais ou nos comerciais.

 

  • 7- Liderança – E por último, mas não menos importante, o código da liderança. Todo mundo quer chegar lá, não é? Toda marca quer ser líder de mercado, mas para alcançar esse lugar é preciso colocar em prática todos os passos anteriores com maestria. Algumas características de um líder são: posicionamento como tal, ter o poder de definir as tendências do seu nicho, comunicar com clareza seu propósito e antever as necessidades do seu público. Quer apenas um exemplo de líder de mercado? A Bombril. A marca é tão líder que as pessoas esquecem que o produto em si não se chama “bombril”, é palha de aço. Mais um exemplo, vai: Maizena. É amido de milho.

Conseguiu entender como os 7 códigos do Primal Branding são importantes para sua marca? Percebeu como as grandes empresas já fazem isso há tempos e o resultado da aplicação dessas estratégias são agora facilmente visíveis? Conseguiu identificar as comunidades de algumas marcas agora?

Esse é um excelente modelo de estratégia que você pode aplicar para ter uma marca sólida e duradoura. É um passe de mágica e muito fácil implementar esses 7 códigos? Obviamente não, mas é possível se você tem um bom planejamento e principalmente, se está disposto a colher os resultados lá na frente.