Ficha técnica

Título: O Filho de Mil Homens

Ano de publicação (primeira): 2011

Autor: Valter Hugo Mãe

Editora: Globo Livros (segunda edição, mas com projeto gráfico lindo!)

Quem recomenda: Ana Paula Machado

Este é um dos livros que mais me emocionaram pela simplicidade dos personagens e pela grandeza do autor que traz uma narrativa poética cheia de conflitos e afetos, mostrando o amor de diferentes formas como viabilizador de transformações.

Crisóstomo é um pescador que, ao chegar na meia idade, percebe-se triste e incompleto por não ter um filho e nem um amor. Ele encontra Camilo, um jovem órfão que o aceita como pai, e Isaura, desencantada com a vida, mas que descobre como encontrar a felicidade.

É um livro que nos faz pensar (eu pelo menos pensei muito nisso) sobre a definição de felicidade. O que estamos buscando para poder abraçar o rótulo de “sou feliz”?

Um trecho do romance:

“Um homem chegou aos quarenta anos e assumiu a tristeza de não ter um filho. Chamava-se Crisóstomo. Estava sozinho, os seus amores haviam falhado e sentia que tudo lhe faltava pela metade, como se tivesse apenas metade dos olhos, metade do peito e metade das pernas, metade da casa e dos talheres, metade dos dias, metade das palavras para se explicar às pessoas. Via-se metade ao espelho e achava tudo demasiado breve, precipitado, como se as coisas lhe fugissem, a esconderem-se para evitar a sua companhia. Via-se metade ao espelho porque se via sem mais ninguém, carregado de ausências e de silêncios como os precipícios ou poços fundos. Para dentro do homem era um sem fim, e pouco ou nada do que continha lhe servia de felicidade. Para dentro do homem o homem caía.”

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